A ideia é mais simples do que parece. Criar desenhos não é o objetivo, mas sim gravar um instante, um fragmento, observando se um corpo em movimento vai ou não produzir traços ou deixar rastros. Essa é linha pela qual caminha a performance Fluxos em Preto e Branco Experimento #7 , da Companhia Flutuante, uma das atrações do Sesc Dança e que será apresentada hoje, às 20h, no espaço convivência do Sesc Sorocaba (rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade), com entrada gratuita (não há necessidade de retirar ingressos).

Letícia Sekito, diretora dessa companhia paulistana, classifica a performance como um trabalho que tem linguagem híbrida, justamente por misturar duas formas de comunicação: a da dança e a do desenho. Em cena, os bailarinos brincam de imprimir em grandes folhas brancas seus movimentos corporais, já que partes dos corpos dos bailarinos são banhadas por tinta nanquim. Outro detalhe que acrescenta ao trabalho o status de unicidade é o fato de ser inteiramente baseado na improvisação.

Desde a trilha sonora, que aqui em Sorocaba será feita, ao vivo, por Roberto Freitas, do Projeto Axial, até a iluminação, que tem a assinatura de Ligia Chaim, Fluxos em Preto e Branco é uma experiência exclusiva. "O objetivo não é mostrar um espetáculo, mas sim brincar com experimentos", diz Letícia. Daí vem o nome Experimento 7 aqui em Sorocaba. "Será o sétimo experimento", esclarece Letícia, que divide a apresentação da performance com os bailarinos Alex Ratton e Priscila Jorge. E a base do experimento é exatamente o gosto de não usar uma fórmula pronta com resultado já esperado. "O prazer de todos é vivenciar o risco e esse improviso exige prontidão, preparo para correr esse risco, exige um corpo vivo, atento", pontua Letícia.

A cada projeto da Companhia Flutuante, Letícia Sekito - que participa de todas as criações da companhia fundada por ela, seja como diretora, coreógrafa ou intérprete - costuma ter uma artista convidado e um dos seus conceitos é se juntar a pessoas que, assim como ela, têm interesse no hibridismo cultural. Uma das características da companhia é se inspirar em alguns elementos estéticos japoneses e na ideia da possibilidade de flutuar, onde o corpo, o prazer, a fruição do momento e a imaginação ocupam um espaço significativo nas suas reflexões e produções artísticas.

Fluxos em Preto e Branco é resultado da colaboração entre a Companhia Flutuante e os artistas Suiá Burger Ferlauto (artista plástica e dançarina) e Roberto Freitas, sendo realizado dentro do Projeto Corpo em Movimento, contemplado pela 12º Edital do Programa Municipal de Fomento à Dança. Quem quiser conhecer mais detalhes sobre esse trabalho pode acessar o endereço www.fluxospb.blogspot.com. Lá estão postados vídeos dos outros experimentos do grupo com essa performance.

Mais informações sobre a apresentação em Sorocaba no Sesc: (15) 3332-9933 / www.sescsp.org.br.