Depois da redução da tarifa do transporte coletivo, os movimentos sociais que encamparam protestos em Sorocaba querem discutir e apontar alternativas para o problema da mobilidade urbana em nível local. Esse foi o principal ponto abordado na assembleia popular realizada ontem, dentro do cronograma de atividades das organizações. O encontro deveria ter sido realizado na Praça Frei Baraúna, mas mudou para outro espaço, porque no primeiro local faltou energia elétrica.

A reunião foi aberta com a exibição de um documentário sobre as manifestações ocorridas em Sorocaba. O trabalho foi realizado por alunos da UFSCar. Na sequência, o público formado em sua maioria por estudantes relacionou pautas que pretendem ver encaminhadas. Para começar, os grupos, entre eles o ContraCatraca e o Domínio Público, reafirmaram que são contra a proibição de que partidos políticos marquem presença na mobilização. "Entendemos que a exclusão das siglas é um retrocesso, já que a reconstrução democrática do país foi alcançada com a sua participação", disse um militante.

Em termos práticos, os movimentos esperam definir a data da audiência com o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) para apresentar as reivindicações. Os coletivos querem debater uma agenda bastante ampla que envolve a avaliação das obras do Sorocaba Total, do contrato de concessão do sistema de transporte coletivo e até da situação da malha ferroviária. Os grupos alertaram para o risco de a cidade ganhar um "formato excludente", que privilegia a expansão imobiliária e empreendimentos comerciais, como shoppings, em prejuízo das necessidades da população.

Os jovens querem, ainda, propor mudanças no itinerário das linhas, a fim de que os percursos sejam feitos em menos tempo. "Hoje, o deslocamento na cidade é muito lento e deficiente. É mais fácil chegar até São Paulo, do que ir de um ponto a outro do município", comentou uma estudante. Outra pauta que será encaminhada é a da retomada do transporte ferroviário de passageiros. Sorocaba, lembraram os manifestantes, é cortada por linha férrea e serão necessários investimentos em meios de locomoção que somem com aqueles já existentes. Os próximos passos do movimento serão discutidos em reuniões cujas datas devem ser anunciadas na semana que vem. (José Antônio Rosa)